Carta à diretora da escola que rejeitou a matrícula do Gabriel, meu filho
Por Patricia Goloni Lolo
Prezada Adriana, diretora da escola @#$%&*(¨$%$#@!,
Desculpe a demora para lhe escrever, mas minha ong tem me mantido muito ocupada.
Aqui quem escreve é a Patricia Goloni Lolo, professora do Colégio Bandeirantes, mãe do Gabriel, 9 anos, cuja matrícula para o ano de 2010 você se recusou a aceitar, devido ao fato do Gabriel ter uma deficiência física, ser um cadeirante. Lembra-se?
Caso você não se lembre (até devido ao fato de você nunca ter tido a dignidade de ter me recebido pessoalmente ou conhecido o Gabriel – para saber se ele era ou não “digno” da sua escola), deixe-me refrescar sua memória: através da sua funcionária, você me mandou um recado dizendo que não aceitaria a matrícula do meu filho devido aos 3 degraus que se encontram no seu pátio e que “impediriam” o Gabriel de ter acesso a toda a escola e à sala de artes. Quando eu disse que vocês poderiam facilmente evitar os 3 degraus construindo uma simples rampa de madeira ou dando a volta pela calçada, a sua porta-voz disse que não tinha funcionário para ajudar nesse percurso de 10 metros (nossa, aquele segurança que fica na porta da sua escola deve ser a pessoa mais ocupada do mundo!). Como se você já não tivesse insultado minha inteligência o suficiente, você mandou dizer que quando o Gabriel fosse para o 6.o ano, a sala de aula seria no 3.o andar, onde não há elevador (detalhe, eu estava tentando matricular meu filho no 3.o ano!!). Mas não acaba por aí, quando eu disse que se vocês quisessem poderiam, dali a 3 anos, trazer a sala do 6.o ano para o 2.o andar, que é servido por elevador, sua porta-voz me disse que os pais dos outros alunos poderiam reclamar ?????!!!!!!
Pois é, muita coisa já aconteceu desde então. Tenho tido uma participação ativa na luta pela inclusão escolar e todas as vezes que falo em público e na mídia que as piores barreiras são as humanas e que muitas escolas fazem uma exclusão velada, irônica, mentirosa e covarde, é em você que eu penso. Aliás, se você quiser aprender um pouco sobre inclusão, clique aqui.
Infelizmente, a ética não me permite falar o nome da sua escola em público, mas eu ainda chego lá. Já chorei e sofri muito por sua causa, mas pessoas como você existem (infelizmente), sempre existirão e, provavelmente, nunca vão mudar. Então, mudei eu: prometi a mim mesma nunca mais sofrer por causa de pessoas como você. Transformei minha dor em ação, em luta…e minha luta se chama VIDAS (www.vidas.org.br).
E pra terminar, ao que me consta, você fala, escuta, enxerga e anda, mas você é muito mais deficiente do que o meu filho. Não sei se você tem ou não tem filhos, mas tomara que nunca façam com você ou com ele(a) o que você fez comigo e com o Gabriel.
Atenciosamente,
Patricia Goloni Lolo
Maria José (mãe do Raphael):
Olá d. Patrícia,
20 junho 2010, 6:47 pmconheço sua realidade 26 anos.
Quando alguns não “querem” outros tantos estão lutando para acontecer. Tenho o orgulho de declarar que MINHA escola (Col. Na. Sa. do Sagrado Coração – V. Formosa – ZL) já esta na “nossa luta” com o projeto ANEEs (alunos com necessidades educacionais especiais) e nossos frutos já estão aparecendo. Aqui todos são bem vindos. Apoio incanssável de nossa diretora Ir. Almelinda, coordenadoras, professores e toda a comunidade escolar. Sempre Avante!
Claudia Sacardo:
Paty, queria ser uma mosquinha pra ver a cara dessa pessoa ao ler essa carta….
22 junho 2010, 5:25 pmSabe de uma coisa? Ainda bem que o Gabriel não foi estudar lá… A escola deve ser péssima….
Beijo
Railda:
Querida Patricia , gostei de td que vc escreveu nessa carta ,tenho curiosidade de saber se essa dita cuja leu essa carta, fique em paz com sua consiência tranquila que DEUS sabe o que faz.Nada acontece por acaso e se td isso aconteçeu foi pra ser levantado esse maravilhoso projeto o qual nos deixa emocionadas a cada sábado que iremos ai.Um grande beijo, Railda mãe da Amanda
8 agosto 2010, 9:04 pmCecília Beatriz Nicoláu Coelho:
Olá Patrícia…
8 agosto 2010, 9:44 pmOntem, sábado(07/08/10), quando por acaso nos encontramos na saída do trabalho voluntário onde minha filha, Anna Gabriela, tenta, de alguma forma contribuir com todos que, de sua Ong fazem parte, vim para casa rindo e agradecendo a Deus por existirem pessoas como vocês, principalmente como você e minha filha, ainda criança, se doando à medida do possível, para tentar dar um pouco de alegria às crianças que estão alí, e, de alguma forma construírem um mundo especial, mas onde existe muito amor.
Em relação à esta “diretora”, desta tal escola, me parece que ela deva sofrer em demasia com a vida medíocre que leva. Vida esta que não deva ter nada de bom, nada de concreto, nada de feliz. Pessoas como elas, penso que, devam ser desconsideradas da sociedade em que vivemos, pois não contribuem em nada, não possuem sequer aquilo que você em especial, suas crianças, e todos os voluntários possuem: CORAÇÃO.
Aliás, com certeza ela desconhece tudo que se refira a AMOR. Na realidade dela só existem números, números, números, se e’ que sabe contar.
Então, querida Patrícia, tenha certeza e consciência de que, todos estaremos sempre torcendo por você, e por todos que conseguem de alguma forma, contribuir, pelo mínimo que seja, para o sucesso daquilo que planejou para estas crianças que, estão dando uma lição nesta “DIRETORA” que com certeza, sequer um dia soube o que era felicidade.
Na verdade, ela é na verdade digna de pena. Como deve ser ruim sabermos que alguém sente pena da gente, não é?
Mas na cabecinha fútil e ignorante dela, só deve passar o filme da incapacidade de ser alguém na vida. Com certeza este emprego(pois trabalho não deve fazer parte do curriculum dela) foi arrumado por alguém tão fútil e mal amado como ela.
Conte sempre com a gente para o que precisar.
O pouco que pudermos doar, creio que, já será de grande valia para vocês.
Um enorme beijo para você, Gabriel e todos da Vidas, onde tenho certeza de que diariamente estarão sorrindo, pois a maior riqueza para todos é o sorriso franco e aberto, que nem todas as pessoas, possuem a capacidade de tê-lo.
Cecília Beatriz.
Lara Freitas:
Pessoas que não pensam nos outros existem em todo lugar, pessoas egoístas, que acham que nunca vão acontecer nada com elas. Para essas pessoas, elas sempre serão autosuficientes e por isso não precisam enxergar o mundo a sua volta. Já estamos numa era da inclusão. Nossa sociedade teoricamente já é avançada suficiente para entender que todo humano tem os mesmos direitos, e que ninguém é melhor que ninguém. Porém, “educadores” (como diz ser essa tal Adriana) ainda não perceberam que o mundo pode dar voltas, e que uma coisa que pode parecer tão distante de sua realidade está mais próximo do que imagina. Pessoas assim só estão perdendo por acharem que não têm mais nada para aprender, quando na verdade um menino de 9 anos pode ensinar muito mais pra ela, do que ela para ele.
16 agosto 2010, 9:22 pmvictor niubo:
ola patricia, sou um de seus alunos e gostei muito de suas palavra, e rezo para q consiga exito com sua luta. e fique sabendo q estarei sempre torcendo por vc e pelo gabriel
BJS VICTOR NIUBÓ
8 fevereiro 2011, 8:20 pm