2 anos de conquista

Patrícia Goloni, professora de inglês do Colégio Bandeirantes e fundadora da ONG VIDAS, concedeu uma entrevista exclusiva ao blog durante a comemoração de dois anos de sua organização. Muito animada, Patrícia se abriu e contou para a gente um pouquinho sobre esses anos tocando o projeto. Confira:

· A VIDAS faz dois anos hoje. Como você se sente com o sucesso da ONG?

 A sensação é de alegria e de conquista. O mais importante que conquistamos foi a confiança das pessoas, já que nós não tínhamos experiência nessa área, então todo mundo aprendeu. Eu sou professora de inglês e não administradora de ONG. Ter ganhado a confiança das pessoas num projeto novo como a VIDAS é a maior alegria que comemoramos hoje.

 · Qual foi o maior desafio durante esses dois anos?

 Mostrar para as pessoas que mesmo não tendo experiência, nós éramos sérios nos nossos princípios e propósitos. Conquistar espaço no Colégio Bandeirantes e sua confiança foi nosso maior desafio e é um grande orgulho ter essa instituição como o nosso maior apoiador.

 · O que você espera da Vidas nos próximos anos?

 A gente atende hoje dezessete crianças e vamos chamar algumas da lista de espera para chegar a 25. Meu sonho número um é chegar até 100, com a equipe apropriada para atender esse número. O segundo sonho é fazer o projeto em outras escolas, expandindo-o e envolvendo outros alunos.

 · Qual a importância do trabalho voluntário de seus alunos e ex-alunos para você?

 Eles são o grande motor de tudo isso, nós precisamos de suas ideias, juventude e ajuda. Saber que eles daqui a alguns anos, quando estiverem no mercado de trabalho, vão olhar para uma pessoal especial com um olhar diferenciado, que acredita que ele tem força e é capaz, nos inspira ao ver que contribuímos para uma sociedade mais justa e mais inclusiva.

· Que mudanças você notou no seu filho? O que a ONG significa para ele e para sua família?

Não vou dizer que ter filho especial é legal, divertido e fácil, não é nenhum dos três. Não só pela deficiência física, mas pela personalidade. Criança especial tem uma personalidade difícil, o que acaba sendo um maior desafio do que a deficiência. Com a VIDAS, aprendi a ver o Gabriel [seu filho] com outros olhos. Ele é muito mal educado, não sei de onde tira as besteiras que fala, mas depois da experiência da ONG, continuo dando as mesmas broncas, mas penso “pelo menos ele fala”. A minha relação com ele mudou muito e a de dele com ele mesmo também, agora ele se sente parte de um grupo, agora tem amigos. Vejo pequenas mudanças no comportamento dele, e de outras crianças da VIDAS, que valem a pena.

Gabriel Fabri

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